LUPA - Architecture Studio, Lisbon, Portugal | Projeto de recuperação da antiga Colónia Balnear da Areia Branca, convertida em Hotel - Concurso Público de Arquitectura
LUPA studio apresenta a sua proposta classificada em quinto lugar para o concurso de reabilitação da antiga Colónia Balnear da Areia Branca, na Lourinhã
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CC.ARBR.18

Hotel da Areia Branca

Concurso Público – 5º prémio

 

Partindo duma forte relação entre o interior e o exterior, dois volumes de quartos contrastantes – Térreos, a nascente, Elevados, a poente – expressam a relação entre a Beira Baixa e o Oceano Atlântico.

 

Ligação entre o interior e o Mar.

 

Muros de xisto serrado e granito, paredes rebocadas, sombreamento solar em madeira e painéis envidraçados, afirmam um diálogo entre o passado e o futuro.

A identidade arquitéctonica apresentada encena a especificidade do lugar, honrando a memória da vocação balnear herdada, numa interacção cuidada entre a arquitectura “chã” – tão presente na Beira Baixa – e um carácter inovador, expresso no seu invólucro.

Desenvolvimento conceptual

Os elementos ondulantes da fachada, os materiais naturais e as linhas simples e limpas da composição das fachadas, assumem a vocação balnear e informal do conjunto, que se pretende apelativo para todas as idades ao longo de todo o ano.

O piso térreo contém as funções de utilização comum, permitindo a ligação entre serviços / apoios, recepção e acolhimento e zonas de quartos.

Localiza-se um conjunto de 10 quartos a nascente, térreos, enquanto o volume de dois pisos elevados, contém 40 quartos.

Assume-se a diferença de orientações, vistas e relações com o exterior (térreo vs. elevado / Varandas vs. pátios privativos / Nascente vs. poente), procurando optimizar a pré-existência e respectiva compatibilidade entre estrutura existente e resposta funcional, que permitirá diversificar a oferta de alojamento, tornando o conjunto mais apto a receber hóspedes, grupos, actividades e eventos diversificados.

 

 

 

Integração

O mar, a praia do Areal, as dunas e a sua vegetação são âncoras da intervenção, como ponto focal evidente e fulgurante de relação visual dos espaços interiores com a envolvente e sobretudo como mote para o desenvolvimento do projecto. A visão proposta prevê a renaturalização do espaço exterior que rodeia o edifício, deixando a areia e a vegetação autóctone característica das dunas invadirem o recinto exterior do hotel, numa intenção clara de diluição de fronteira / limites do perímetro de intervenção.

O volume do hotel, por sua vez, apresenta-se como uma presença serena na paisagem, de cores sóbrias e materiais integrados na paleta dominante da envolvente.

O sistema de reconstituição dunar permite uma circulação em passadiço elevado, em continuidade e ligado com o passadiço existente (sobre a praia), permitindo a regeneração e continuidade de fauna e flora de todo o sistema dunar até ao volume do hotel.

Este sistema de passadiços elevados é pontuado em toda a sua extensão com pontos de paragem com bancos – pequenos miradouros que permitem encontros e contemplação.

Funcionalidade

 

A sul, a zona mais propícia e confortável para a utilização plena do espaço exterior consiste num espaço protegido dos ventos dominantes na zona com boa exposição solar e envolto pelas dunas e pela arriba. Propõe-se a criação de uma piscina de água doce de fundo escuro em pedra, evocando as inúmeras praias fluviais existentes na Beira Baixa, envolta em pequeno pomar de árvores de fruto como cerejeiras.

O átrio e recepção, em posição central no piso térreo, ligam a poente para o restaurante e apoios, a sul para a área comum de ginásio, vestiários e sala de tratamentos, a nascente para o volume de quartos “térreos” e a Norte para a zona técnica e de funcionários, com a cozinha na charneira entre esta zona e as refeições.

Contíguo a este átrio de entrada e na passagem para o restaurante situa-se o hall de ascensores que ligam aos pisos superiores dedicados aos quartos “elevados”.

Os pisos de quartos são idênticos, compostos por 2 corpos simétricos (norte-sul), percorridos por corredores de acesso na fachada nascente e quartos na fachada poente voltada à vista, com instalações sanitárias privativas na transição entre a circulação e o espaço de quarto.

 

Soluções de eficiência energética e sustentabilidade

 

Utiliza-se a cortiça como material de isolamento térmico bem como a pedra – maioritariamente de xisto, com apontamentos graníticos, característica da região da Beira Baixa.

Paredes de pedra, empregues ao nível do embasamento, promovem o conforto ambiental, assegurado pela inércia térmica que lhes confere a sua massa.

Membranas de controlo solar passivo, em madeira, permitirão um envelhecimento nobre capaz de registar a passagem do tempo ao mesmo tempo que asseguram uma integração com os sistemas de passadiços dunares e restantes elementos no desenho do conjunto.

Revestimentos em ETICS nos volumes “brancos” serão assegurados com o recurso a aglomerado negro de cortiça, material resultante de poda, 100% reciclável e de fabrico nacional de reduzida pegada ambiental. Sob as lâminas da fachada “elevada” dos quartos, a nascente, o aglomerado de cortiça permanecerá “cru”, permitindo igualmente o registo nobre da passagem do tempo.

Ao nível dos pavimentos prevê-se a utilização de pedras da região da beira baixa, nomeadamente o granito, recorrendo sempre que possível a peças de “sobras” e imperfeições, ao granulado em utilizações pontuais e a granito aparelhado no caso dos bancos fixos, transversais às áreas públicas, elementos de permanência por excelência, caracterizadores do espaço público da Beira Baixa, habitualmente encontrados à porta das casas e aqui interpretados como amplos bancos corridos sem custos de manutenção.

 

A utilização de Flora da região da Beira Baixa (nas zonas “domesticadas”), tais como o rosmaninho, a esteva, cerejeira e o alecrim, permitirão transmitir pelos odores alguns dos cheiros tão característicos da região. Estes elementos deverão ser naturalmente complementados pelo sistema a poente que permitirá o prolongamento natural da fauna e flora dunares, conforme já mencionado. A premissa principal define a utilização de plantas de baixa ou nula manutenção, com necessidades de rega mínimas, procedendo a adaptação futura das mesmas nesse sentido, assegurando a gradual minimização ou a ausência de rega, dada a importância máxima do recurso natural mais importante que temos: a água.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Programa: Projeto de recuperação da antiga Colónia Balnear

Localização: Areia Branca, Lourinhã

Ano/Fase: 2023, Concurso de Concepção, 5º Prémio

Área: 2´816 m² Área Bruta de Construção, 3 pisos acima do solo; 50 Quartos de Hotel (42 Duplos, 8 Triplos)

Dono de Obra: Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa

Arquitectura: LUPAstudio

Date

09/11/2023

Category

Concursos, Hotelaria, Reabilitação