LUPA - Architecture Studio, Lisbon, Portugal | Conjunto Habitacional e Hotel em Coimbra - Concurso a convite - 1º Classificado
LUPA studio apresenta a sua proposta vencedora para o concurso a convite Conjunto Habitacional e Hotel em Coimbra.
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CC.AV.FDM.233
Conjunto Habitacional e Hotel em Coimbra
Concurso a Convite – 1º classificado
O conjunto existente hoje em dia neste local foi totalmente concebido como um edifício de serviços, concretamente para o serviço postal (CTT), com amplas áreas de escritórios, gabinetes e espaços de trabalho, arquivo e estacionamento.
Sendo um volume massivo e compacto, com os três primeiros pisos acima do solo a preencherem horizontalmente a profundidade total da parcela, grande parte da volumetria do edifício apresenta actualmente profundidades que não são compatíveis com habitação, de acordo com legislação e regulamentação em vigor, sendo servido por pátios de dimensão extremamente reduzida e, portanto, com pouca salubridade, resultante da falta de exposição solar e ventilação natural.
Uma fachada marcada por grandes vão horizontais sem varandas, própria de um espaço inteiramente dedicado aos serviços que albergava, não permite encontrar a resposta volumétrica às necessidades do programa habitacional e hoteleiro proposto.
Conceito
Um volume compacto, coerente e regrado. Um logradouro/pátio central, promotor de convivências e confluências.
O hotel aberto à cidade de Coimbra e um conjunto habitacional voltado ao rio Mondego.
A coloração em degradé do edifício pré-existente e a ideia de que o aspecto estético – e especialmente cromático – dos edifícios têm uma importância fulcral na identidade e qualidade do espaço urbano, contribuiu para a conceptualização do projecto de remodelação agora apresentado.
Com este mote desenvolveu-se uma ideia de fachada com expressão volumétrica em todas as frentes do edifício, conferindo-lhe coerência, mantendo a nobreza e identidade da fachada principal para a Av. Fernão de Magalhães, com o seu escadeamento característico e conferindo um aspecto mais ligeiro e arejado ao conjunto, recorrendo para isso a varandas com alguma profundidade na zona de habitação.
Tirando máximo partido da estrutura existente, todo o invólucro do edifício é repensado para albergar as novas funções pretendidas, solicitadas no programa preliminar, passando da actual utilização como edifício de escritórios para os usos residencial e hoteleiro, e como tal, sujeitos a um enquadramento regulamentar completamente novo.
Como “cara” para a cidade e tirando proveito da maior profundidade do edifício junto à Avenida Fernão Magalhães – eixo estruturante de vida urbana – localiza-se na sua frente o Hotel e a pequena área de Comércio/ Retalho solicitados, em relação directa com a via pública, conferindo representatividade urbana e significado à intervenção no seu alinhamento paralelo.
O conjunto habitacional, com forma de “U”, encerra um pátio central a todo o conjunto e volta-se ao rio Mondego, assumindo a consolidação do quarteirão onde se insere, com um sistema de varandas em todo o seu perímetro exterior.
Utilizando a grelha estrutural existente, a mesma é subdividida numa subgrelha de módulos com medidas próximas dos 3,00m (pontualmente adaptada à especificidade da métrica estrutural existente, que apresenta ligeiras variações imperceptíveis a olho nú), para conceber toda a frente dedicada à função habitacional, permitindo assim a assimilação da pré-existência estrutural, que ficará “absorvida” na identidade do projecto apresentado.
A opção por uma grelha/quadricula estável, modular de planos horizontais e verticais e a escolha de uma coloração ocre alaranjada prende-se com a necessidade de integração na envolvente próxima e em geral na paisagem urbana da cidade de Coimbra.
Dada a já enunciada zona de proximidade com o Rio Mondego, a presença do lugar implica a participação inevitável no skyline da cidade de Coimbra, quer pela relação com o reflexo no rio quer pelo diálogo com a Acrópole Universitária e o tecido urbano onde se insere.
Também a relação com a intervenção na Fábrica da “A Ideal” e com toda a intervenção de reabilitação e regeneração da área Ribeirinha concorrem para a criação de um edifício integrado na paisagem natural e construída, assumindo ainda assim uma identidade própria de um conjunto habitacional e hoteleiro, cuja força deverá ser promotora da suscitação do interesse que se idealiza complementar entre as mais-valias comerciais aliadas às potencialidades qualificadoras resultantes da estratégia de intervenção preconizada.
Na Relação directa com o lugar, a intervenção permitirá acrescentar valor ao investimento e à cidade, consolidando o tecido urbano, dotando-o de novas valências funcionais promotoras de vivência urbana nas suas várias frentes capazes de afirmar o conjunto enquanto uma mais-valia para a skyline (expressão na paisagem da cidade, reflexo no rio) bem como para a cidade (activação de espaço público imediato) que se faz – também – da vivência de rua e da confluência de pessoas e interesses.
É neste entroncamento entre potencial económico, valorização da cidade e identidade arquitectónica contemporânea que se situa o lugar desta intervenção, na sua integração e relação com a envolvente.
Vista de Apartamento-tipo com vista sobre o Mondego
Vista de Quarto-tipo de habitação
Vista de Quarto-tipo de hotel
Programa: Conjunto Habitacional e Hotel / Reabilitação de edifício existente
Localização: Coimbra
Ano/Fase: 2023, Concurso a Convite, 1º Classificado
Área: 19´025 m² A.B.C. Acima do Solo – 143 Apartamentos; 124 Quartos de Hotel
Dono de Obra: Privado
Arquitectura: LUPAstudio
Category
Comercial, Concursos, Habitação, Hotelaria